Waldick Soriano, ícone do brega brasileiro, faleceu em condições de extrema pobreza, deixando um legado musical imortalizado por suas canções que ecoaram nas décadas de 60 e 70. Aos 75 anos, o cantor, que se destacou por sucessos como “Tortura de Amor” e “Eu Não Sou Cachorro Não”, perdeu a batalha contra um câncer de próstata em 4 de setembro de 2008, no Rio de Janeiro. Sua vida, marcada por dificuldades desde a infância, quando foi abandonado pela mãe, reflete a luta de muitos artistas que, apesar de conquistarem fama, enfrentaram o desprezo e a marginalização.
Nascido em Caetité, Bahia, Waldick buscou uma vida melhor em São Paulo, onde trabalhou em diversos ofícios antes de se tornar cantor. Sua trajetória foi marcada pela censura durante a ditadura militar, que não tolerava suas letras audaciosas. Mesmo assim, ele conquistou o coração de milhões com suas baladas românticas, tornando-se um símbolo da música brega e da cultura popular.
Infelizmente, sua morte não trouxe o reconhecimento que merecia. O filho de Waldick revelou em entrevista que o cantor faleceu sem bens materiais, apenas com os direitos autorais de suas músicas, que agora são disputados pela família. A viúva do artista, Marinês Medrado, revelou que ele evitou tratamento médico, alegando aversão a médicos, o que pode ter contribuído para seu trágico fim.
Em homenagem ao legado de Waldick, uma rua foi nomeada em sua memória em Praia Grande, São Paulo. Sua história é um lembrete doloroso de como a fama pode ser efêmera e como muitos artistas ainda lutam por reconhecimento e dignidade, mesmo após a morte. Waldick Soriano não será esquecido; sua música continua a tocar corações, mas sua vida nos ensina sobre as duras realidades que muitos enfrentam.